quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Resumo: Teoria Kantiana da Beleza

Kant promoveu uma síntese entre o Racionalismo (que baseia-se no raciocínio dedutivo) e a tradição Empírica (que baseia-se no raciocínio indutivo).
Para o filósofo, o belo é algo que agrada porém isso é relativo a cada observador já que o julgamento estético depende de uma reação pessoal, o que é diferente do juízo do conhecimento que depende simplesmente de propriedades do objeto, de valores quantificáveis. O juízo estético tenta universalizar a idéia para que seja propriedade do objeto, algo objetivo e não mais subjetivo. A Beleza então seria algo subjetivo e, como diria Kant, é: “aquilo que agrada universalmente sem conceito.”
Kant adiciona que a experiência da beleza só é dada quando o agradável é desprovido de interesse, isto é, que é uma sensação realizada gratuitamente, sem “segundos interesses”. Quando o julgamento de algo é provido de segundos interesses, por exemplo a satifsfação da fome que causa uma boa sensação, este é um julgamento do agradável, diferente do julgamento estético. O julgamento estético deve ter como único determinante uma experiência prazerosa decorrida diretamente do objeto e não de uma finalidade outra do objeto se não a excitação harmoniosa dos sentidos.


 Os quatro paradoxos de kant são:
1) Como pode o juízo estético, apesar de não possuir conceito, exigir validez universal?
2) Como a beleza é percebida por todos em alguns objetos se a beleza é algo subjetivo?
3) A diferença entre o juízo do agradável - julgamento positivo de algo que supre alguma necessidade ou vontade do experienciador - e o juízo estético - feito quando a experiência é desinteressada.
4) O fim de algo, ou sua utilidade, não deve estar presente na experiência estética. Nela só cabe a finalidade, algo que surge no decorrer da própria experiência.

Fonte:


SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 2009.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Crítica Estética A Partir Da Ótica Aristotélica E Platônica

  A imagem acima é da coleção Outono 2000 de Hussein Chalayan. O designer, nascido Cipriota Turco e naturalizado Britânico ao se mudar para Inglaterra aos oito anos, começou sua famosa carreira na moda em 1993 quando sua coleção de pós-graduação da faculdade Central Saint Martins, Londres, foi vendida por inteiro e exibida pela luxuosa loja Inglesa Browns. Um designer vanguardista, Chalayan tem criado desde então coleções que sempre trazem o inovador à moda, o levando a diversos prêmios e a nomeação de membro da Ordem do Império Britânico.

  De acordo com o designer, a coleção chamada The Living Room Collection, foi inspirada pela impermanência existente nos tempos de guerra que fazem com que casas sejam invadidas ou abandonadas. Ao fim da apresentação, os móveis que se encontravam na  passarela são vestidos e/ou levados com as modelos como malas, parodiando uma fuga em tempos bélicos.

  Segundo a ótica Aristotélica podemos considerar o visual proposto acima como sendo belo por sua ordem e sua forte e material imponência. Podemos experimentar sensações de leveza, conforto e ingenuidade na parte superior, a blusa assimétrica azul claro de tecido leve. Como a beleza para Aristóteles varia de acordo com seu tempo e lugar, não podemos considerar que em sua época o assimétrico não era considerado belo e assim declarar que a peça é feia dentro desta ótica. Consideremos então que a parte superior seja bela por causar respostas sensorias boas e/ou aceitas atualmente. A saia/mesa de centro traz sensações de peso, desconforto, de toque frio e liso, não sendo em geral sensações positivas para uma roupa, o que então torna o julgamento da saia negativo dentro da visão de Aristóteles.

  Segundo a visão platônica, podemos considerar tanto o look como a roupa em si muito feias por serem muito distantes dos ideais da época. Para Platão os ideais são únicos e imutáveis criando regras definidas para o julgamento da existência da beleza em um objeto. Assim, o belo ainda deveria conter a simetria, os tecidos drapeados e esvoaçantes para as mulheres etc. Se tudo que era considerado belo em sua época era porque se aproximava do ideal e este é imutável, qualquer coisa que for diferente do belo da época deve ser por consequência distante do ideal e assim feio.

Fontes:
 Hussein Chalayan - Fashion Designer Encyclopedia - women, suits, dress, shoes, style, new, body, collection, dresses, designs, world http://www.fashionencyclopedia.com/Bo-Ch/Chalayan-Hussein.html#ixzz12ip6T7vR
http://www.google.co.uk/imgres?imgurl=http://www.cypnet.co.uk/ncyprus/culture/mofa/design/chalayan/husseinchalayan-AP(AlaistairGrant).jpg&imgrefurl=http://textilescraps.blogspot.com/&usg=__o7_43A7S7QtJmw-TEDuikLMvG_o=&h=387&w=274&sz=17&hl=pt-br&start=9&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=OiNDMsZqRAD6eM:&tbnh=123&tbnw=87&prev=/images%3Fq%3Dhussein%2Bchalayan%2Bwooden%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26tbs%3Disch:1