terça-feira, 17 de agosto de 2010

Crítica 1


Quando Marlene Dietrich usou em 1933 um terno completo com gravata criou um grande desconforto pelo peso e rigidez das formas tipicamente masculinas que exprimiam a necessidade então emergente de reposicionamento feminino na sociedade.
   Depois de, na década de 70, Yves Saint Laurent criar o Le Smoking e de , na década de 80, os Power Suits se tornarem vestuários praticamente básicos de mulheres trabalhadoras que então já haviam conquistado um posição importante no mercado de trabalho, essa imagem passou a causar menos impacto.
  Atualmente, por estarmos em momento de valorização de silhuetas s que respeitam as formas do corpo feminino, a imagem pode causar um estranhamento maior do que na década de 80 onde o terno feminino contava geralmente com modelagens mais folgadas e assim mais similares com o terno masculino.

Estética: introdução conceitual

  A palavra estética em si vem do grego aisthesis que queria dizer “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos” e “percepção totalizante”. Assim, quando usada no campo da filosofia, é ligada à noção de beleza voltando-se também para teorias de criação e percepção artísticas.
  Quando usada no campo das artes e design designa um conjunto de características formais que quer dizer também estilo.
  No uso vulgar, estética como substantivo diz respeito à beleza física, e como adjetivo tem sempre relação com o agradável e geralmente com algo considerado belo.
  A definição do que é belo é uma questão que vem sendo abordada de diversas formas desde Platão. Este acreditava numa beleza ideal que deveria sempre ser ambicionada. No Classicismo havia regras para o fazer artístico objetivando atingir o tal ideal de beleza.
  Já filósofos empiristas acreditam na relatividade da beleza por depender do gosto de cada um. Mais adiante dos empiristas, temos Kant fazendo um juízo mediando as filosofias antagônicas acima mencionadas  ao afirmar que belo é “aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente”,  não podendo então haver regras para produzí-lo.
  Hegel, ainda mais tarde, mostra que “a beleza muda de face e aspecto através dos tempos” dependendo da cultura e visão dos tempos.
  Atualmente consideramos belo algo singular que atinge seus objetivos e é autêntico, carregando “um significado que só pode ser percebido na experiênica estética”. Por essa definição, um objeto então só será feio quando não realizar seu  objetivo de forma satisfatória e autêntica, pois a arte, a partir do séc. XIX “tem por função revelar possibilidades do real” e não de passar somente sensações agradáveis já que não é a única possibilidade de reação existente.
  Assim, devemos estar abertos ao conhecimento de possibilidades sendo imparciais e evitando julgamentos preconceituosos derivados de nossas particulares subjetividades, para que então possamos conhecer com olhar puro as particularidades de cada objeto.
  A experiência estética deve ser gratuita, sem objetivo em particular senão responder a uma neccessidade humana e social de interatividade subjetiva entre o espectador e a obra e o acolhimento do objeto desvelando suas possibilidades de significações.





  Fonte:
  ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando - Introdução à Filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, 1989.